Enxergada como um importante aliado contra a gripe, a pastilha de vitamina C tem mais fama do que merece, segundo um estudo realizado pela universidade de Harvard. Mesmo longe de ser prejudicial à saúde, para a maioria das pessoas, ela não faz muita diferença.
O ser humano não produz vitamina C, que é uma substância importante para o sistema imunológico. No entanto, a dieta comum de grande parte das pessoas já fornece o suficiente. Segundo informa o estudo, o consumo diário recomendado é de 90 mg para os homens e 75 mg para as mulheres.
Vitamina C para resfriados?
Um experimento realizado em 2013 com mais de 11 mil participantes oferece a principal base de argumentação contra o senso comum. Os resultados mostraram que, para pessoas extremamente ativas – maratonistas, esquiadores, soldados do exército – e ingestão de 200 mg de vitamina C por dia diminuiu pela metade o risco de pegar um resfriado. Para o restante das pessoas, a influência foi quase nula.
O principal responsável pela ideia de que essa vitamina em abundância ajuda a combater resfriados é o Dr. Linus Pauling, ganhador do Nobel de química e da paz, em 1954 e 1963, respectivamente. Pauling é conhecido como o pai da medicina ortomolecular que, por defender práticas nem sempre comprovadas cientificamente, é considerada uma medicina alternativa.
Apesar dos resultados analisados pela universidade de Harvard não serem tão encorajadores, os estudos mostraram ao menos que consumir diariamente 200 mg da vitamina diminuiu a duração dos sintomas dos resfriados em um dia para 8% dos adultos e 14% das crianças. No entanto, para isso é preciso ingerir vitamina C todos os dias, e não somente quando estivermos doentes.
Como para tudo na vida, porém, o excesso traz consequências indesejáveis. Doses acima de 2000 mg podem causar náuseas, dores abdominais e diarreia.